Às vezes as coisas nos chegam de sopetão, sem que as estejamos esperando, e nos atropelam, batem de frente, fazem a gente pensar "como eu gostaria de ter dito isso ". Li essa frase do título num e-mail despretensioso, citando um poeta anônimo, de alguém que não mais me detém afinidade. Mas o que tem de simples, de clichê, de piegas, como tantas frases espalhadas pela boca da filosofia cotidiana, teve em mim um efeito imediato. Eu acho isso mesmo ! Eu tenho todo o poder que necessito. Todo o poder que existe para nós mortais. O poder de usar meus cinco sentidos, de andar, correr, comer, beber, rir, amar, repartir, compartilhar, de VIVER. Tudo o que existe para nós é isso. Viver a vida, desviando das armadilhas que, na imensa maioria das vezes, nós mesmos nos colocamos. Volto a citar Schoppenhauer : momentos fugazes de felicidade entremeados por longos períodos de angústia em busca dela. Mas eu vejo o caminho : quanto menos se almeja, quanto menores forem suas ambições, quanto menos seus momentos de felicidade dependerem de fatores como dinheiro, poder, posses, superficialidades obtusas e midiáticas, mais freqüentes os momentos de felicidade. Tantas coisas boas... Faz-me lembrar "Gracias a la vida" cantada por Mercedes Sosa, por si só um grande momento. Músicas que nos marcaram, filmes que nos tocaram, grandes risadas, coisas das quais nos orgulhamos. Momentos solenes, casamento, formatura, o nascimento de nossos filhos, o casamento e a formatura deles. Pequenos grandes marcos em nós. Receber um agradecimento sincero, um elogio, um problema resolvido com habilidade. Um almoço em família, as festas de Natal, os fogos de Ano Novo. O prazer de ser inesperadamente generoso, de ensinar o que se consegue, de acordar no primeiro dia das férias.
Tudo isso DE GRAÇA, na sua fuça, ao seu dispor. E, principalmente, SEM QUE TENHAMOS FEITO ABSOLUTAMENTE NADA PARA MERECER. Foi-nos dado em adiantado, ao nascermos, pacote completo. Tudo o que precisamos fazer é APROVEITAR e deixar claro que valeu a pena o presente.
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